História
História da Câmara Municipal de São Joaquim de Bicas/MG.
Publicado em 04/07/2013 10:00 - Atualizado em 10/08/2017 10:34
O povoamento de Minas Gerais foi resultado principalmente da descoberta do ouro no final do século XVIII. Os primeiros povoados no estado foram fundados pelos Bandeirantes. Algumas dessas expedições subiram o curso do Rio Paraopeba e, como as terras próximas ao leito eram propícias para o plantio e criação de gado, algumas famílias acabaram se fixando nesses assentamentos mesmo depois dos Bandeirantes seguirem em sua busca por ouro de aluvião.
A religião foi um fato marcante na história do arraial. As manifestações religiosas serviam para uma convergência entre habitantes e tropeiros que por aqui passavam. Uma capela foi construída para a realização de novenas e orações e foi nessa que a imagem esculpida de São Joaquim e que, juntamente com a vegetação, inspirou o nome do arraial, que depois mudaria de novo para em razão da mineração.
A Pedra Fundamental
Em 1880 São Joaquim de Bicas recebeu um Cartório de Registros e teve sua condição elevada a Distrito de Pará de Minas. Nesse período o arcebispo de Mariana criou a paróquia de São Joaquim, concedendo mais autonomia religiosa. O cartório, no entanto, foi transferido para o povoado do Barreiro (atual Igarapé) por conflitos políticos. Para evitar qualquer tipo de manifestação, a transferência pode ter ocorrido durante a noite. Isso fez com que São Joaquim de Bicas fosse rebaixado à condição de povoado, porém ainda era a sede da paróquia.
A capela de madeira acabou por se tornar pequena ante o crescente número de fiéis. A construção de uma nova necessitava da bênção da pedra fundamental por uma autoridade eclesiástica. A mobilização do povo, realizando várias peregrinações até Mariana pedir ao bispo, deu resultado e a bênção foi concedida. Outras comunidades também tinham o desejo de construir uma igreja que seria a sede da paróquia, sendo assim, segundo relatos de quem presenciou, um grupo de homens de Igarapé foi enviado para roubar a pedra fundamental. Conta-se que estes, por razões sobrenaturais, não tiveram força para mover a pedra e foram expulsos por um grupo de mulheres armadas com foices, enxadas e outras armas improvisadas. Com receio de outras incursões como esta, os moradores montaram piquetes nos limites do município, mas a tentativa não se repetiu.
Os moradores construíram a nova igreja, enterrando a pedra fundamental embaixo do altar e reformaram a velha igreja de madeira, mas a praça consista apenas na igreja, sem nenhum jardim ou se quer bancos. Esses adereços só foram acrescentados em 1966 quando o prefeito de Igarapé (município já independente ao qual São Joaquim de Bicas pertencia à época) reformou toda a praça da igreja de São Joaquim cultivando jardins e construindo bancos com nomes daqueles que ajudaram na construção da nova praça.
Formação administrativa
Depois de perder o cartório de registros para o Barreiro (Igarapé) e ser rebaixado à condição de povoado em 1931, São Joaquim de Bicas volta a ser promovida com um novo cartório em 1953 e ambos os distritos agora pertenciam a Mateus Leme e não mais a Pará de Minas. Com a criação do município de Igarapé em 1962, implantado em março de 1963, São Joaquim de Bicas passa a integrar o novo município até sua efetiva emancipação em 1995.
Antes, outras tentativas frustradas de criação de um novo município foram preteridas nas décadas de 1970, 1980 e no início da década de 1990 até culminar na emancipação política do município. O pedido foi apresentado na Assembléia Legislativa em 10 de fevereiro de 1995, o que selou definitivamente a inauguração do processo de emancipação. No dia 22 de outubro do mesmo ano foi realizado o plebiscito no qual compareceram 4.042 eleitores sendo que 3.809 votaram a favor, 103 votaram contra, 73 votaram em branco e 57 anularam o voto. Com a maioria favorável à emancipação, São Joaquim de Bicas foi transformada em cidade através da lei 12.030 de 21 de dezembro de 1995, quando é comemorado o aniversário da cidade.
São Joaquim de Bicas ficou sob administração de Igarapé até a instalação do município, ocorrida em 1º de janeiro de 1997, com a posse do prefeito, do vice-prefeito e dos vereadores.
A Lei Orgânica do novo município foi promulgada no dia 18 de setembro de 1998.
por CMSJB